Moraes manda Meta abrir dados de perfil supostamente ligado a Cid
Decisão também pede preservação de mensagens; ex-ajudante de ordens foi alvo de busca e apreensão e prestou depoimento na PF nesta sexta-feira (13)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (13) que a Meta, dona do Facebook e Instagram, apresente informações, no prazo de 24h, sobre o perfil que supostamente teria sido usado por Mauro Cid para trocar mensagens relacionadas ao processo que apura uma suposta trama golpista.
A determinação atende pedido da defesa de Mauro Cid, após reportagem da revista Veja dizer que Cid mentiu durante depoimento no STF, na última segunda-feira (9). Segundo a publicação, o tenente-coronel teria usado o perfil @gabrielar702 para comentar sobre o processo em que ele fechou acordo de delação premiada.
Após a publicação da revista, a defesa de Mauro Cid negou a autoria das mensagens trocadas e disse que a reportagem apresenta "falsidade grotesca". Os advogados do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pediram ao relator que fosse aberta uma investigação sobre o perfil.
Na decisão, Moraes determina que a Meta encaminhe ao STF informações relativas:
- aos dados cadastrais, como email e número de telefone;
- existência de outros s vinculados;
- se os os foram feitos por computadores ou notebooks;
- todas as mensagens enviadas e recebidas no período entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025.
A CNN entrou em contato com a Meta e aguarda posicionamento.
Hoje, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do colaborador e o tenente-coronel prestou depoimento na sede da PF, em Brasília. Inicialmente, como mostrou a CNN, o ministro Alexandre de Moraes havia emitido uma ordem para prisão do colaborador, mas logo depois revogou a medida.
Além da investigação sobre o perfil, o colaborador é suspeito de planejar uma fuga do Brasil para Portugal com o apoio do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que foi preso.
Por ser colaborador, Mauro Cid deve cumprir cláusulas rígidas para manter benefícios do acordo de delação. Entre eles, Cid não pode mentir, omitir, desviar a investigação com versões conflitantes, nem proteger ninguém.