Ele também estacou que as negociações entre EUA e Irã sobre o programa nuclear ainda estão planejadas para domingo (15), embora ele não tenha certeza de que elas acontecerão.

"Sabíamos de tudo, e eu tentei poupar o Irã da humilhação e da morte. Tentei poupá-los com todas as minhas forças porque adoraria ter visto um acordo fechado. Eles ainda podem chegar a um acordo, mas ainda não é tarde demais", pontuou Trump à Reuters em entrevista por telefone.

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Em outra entrevista por telefone à NBC News, o presidente reiterou que o Irã pode ​​ter outra oportunidade de fechar um acordo nuclear e insinuou que os iranianos estão entrando em contato com ele.

"Agora, eles podem ter outra oportunidade. Veremos", comentou.

"Eles estão me ligando para falar", acrescentou Trump, sem especificar quem está ligando.

"As mesmas pessoas com quem trabalhamos da última vez... Muitas delas já morreram", concluiu.

Na quinta-feira (12), Israel lançou o que chamou de "ataques preventivos" contra o Irã e declarou estado de emergência, segundo o ministro da Defesa do país, Israel Katz.

Netanyahu confirmou que o país atingiu alvos nucleares no Irã e disse que a operação continuará por muitos dias.

Israel utilizou 200 caças em seu ataque, lançando mais de 330 "munições diversas". Foram atingidos mais de 100 alvos em todo o Irã, segundo as Forças de Defesa de Israel.

Os ataques de Israel

A ofensiva anunciada por Israel visa o programa nuclear iraniano e importantes lideranças militares.

O comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês), general Hossein Salami, foi morto nos bombardeios.

Ele estava entre as figuras mais poderosas e influentes do país. O IRGC supervisiona o desenvolvimento de mísseis balísticos e reprime a dissidência no país.

O major-general Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã (oficial militar de mais alta patente do país), também foi morto pelos ataques israelenses, informou a TV estatal iraniana IRINN.

Segundo o premiê israelense Benjamin Netanyahu, os ataques vão continuar por “muitos dias”.

Netanyahu declarou que a operação atingiu a principal instalação de enriquecimento do Irã em Natanz, além de cientistas nucleares e o que ele chamou de “o coração do programa de mísseis balísticos do Irã”.

Retaliação Iraniana

O Irã lançou mais de 100 drones em direção ao território israelense, informou o exército israelense nesta sexta-feira (13).

“Todos os sistemas de defesa [aérea] estão operando para interceptar as ameaças. Este é um evento diferente do que vivenciamos até agora, e prevemos momentos difíceis. Devemos demonstrar resiliência e paciência”, disse a porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Effie Defrin.

As IDF abateram os drones do Irã, segundo um oficial militar.

“As Forças de Defesa de Israel começaram a interceptar drones disparados do Irã, fora do território israelense”, disse um oficial das IDF à CNN.

O Ministério das Relações Exteriores, havia dito anteriormente que tem o direito de retaliar Israel, acusando Washington de auxiliar o ataque noturno, apesar dos EUA negarem.

O Irã “não hesitará em defender a nação”, disse a pasta, afirmando também que os ataques israelenses não poderiam ter ocorrido sem a assistência americana que, segundo ele, eram responsáveis ​​pelas consequências das ações de Israel.

“Tais atos de agressão do regime sionista contra o Irã não poderiam ter ocorrido sem a coordenação e autorização dos Estados Unidos. Consequentemente, o governo americano, como principal apoiador do regime, também é responsável pelas consequências perigosas dessa escalada imprudente”, afirma o comunicado.

O porta-voz das Forças Armadas do Irã, Abolfazl Shekarchi, alertou sobre a reação e que os EUA e Israel “vão pagar caro”.

“A República Islâmica do Irã certamente retaliará, e o inimigo pagará um preço alto”, disse Shekarchi à agência de notícias estatal iraniana IRNA. Israel e os EUA “pagarão caro e sofrerão um duro golpe”, afirmou.

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